Patrícia Petitinga Silva (UFBA)

Título: QUERIA ESTUDAR A VIDA, MAS A VIDA OFERECEU-ME O ENSINO: (DES)CAMINHOS DE IDENTIDADES COMO PROFESSORA-PESQUISADORA QUE ENSINA CIÊNCIAS
 
Discente: Patrícia Petitinga Silva
Orientadora: Andréia Maria Pereira de Oliveira
Coorientador: Elizeu Clementino de Souza
Debatedor: Jonei Cerqueira Barbosa e Marco Barzano
 
Resumo: Reconheço-me como bióloga ou como professora que ensina Ciências? Quais os (des)caminhos de minhas identidades docente? A pesquisa gira em torno da problemática de como vou imaginando-me (WENGER, 1998) uma professora-pesquisadora que ensina Ciências, um caminho incerto, entre ausências e múltiplos discursos que não pode mais ser explicado pelas metanarrativas e, sem esses grandes esquemas explicativos, é preciso construir a história para dar sentido às experiências vivenciadas, num movimento de investigação-formação (SOUZA; PASSEGGI, 2011). Concordo com Bauman (2005) e Larrosa (2001) que a identidade só nos é revelada como algo a ser inventado, conquistado, criado, e não explorado ou descoberto. Assim, a pesquisa tem como objetivo geral compreender como meu percurso de vida (DELORY-MOMBERGER, 2011), trajetórias de formação (JOSSO, 2004) e atuação profissional (NÓVOA, 1999, 2000; SCHÖN, 2000) forjam minhas múltiplas identidades como professora-pesquisadora que ensina Ciências. A pesquisa tem como modalidade de estudo a história de vida, e os dados produzidos, por meio da narrativa autobiográfica (PINEAU; MICHÈLE, 1983; PINEAU, 1988; FERRAROTI, 1988; NÓVOA; FINGER, 1988; DOMINICÉ, 1988; JOSSO, 1988), permitem-me uma análise entre o papel vivido de atriz e autora de minhas próprias experiências (SOUZA, 2006). Levando em consideração que não há neutralidade e distanciamento possível para a investigação, mas procurando lidar com o duplo papel de pesquisadora e participante da pesquisa, mantendo o rigor necessário ao estudo, entendo que “[...] vendo-me no passado, vejo-me, de certa forma, como objeto - como "outrem" - mas, ainda mais do que o historiador, que conta o passado sempre do ponto de vista do presente, vejo o meu passado, vejo-me, não como foi, não como fui, mas como a que sou me mostra ter ele sido e ter eu sido” (SOARES, 2001, p 39).
 
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