André Carneiro Melo (UFBA)

Título: SABERES DA BIODIVERSIDADE: TECENDO TRILHAS E TRAÇANDO OS CAMINHOS QUE ATRAVESSAM A ESCOLA E O SERTÃO
 
Discente: André Carneiro Melo
Orientador: Marco Antonio Leandro Barzano
Debatedor(a): A definir
 
Resumo: Neste trabalho, utilizamos como referencial teórico o conceito de “Ecologia de Saberes” proposto por Boaventura de Sousa Santos (2007) a dialogar com os aportes teóricos do “Saber Ambiental” (Leff, 2001). Na ecologia de saberes, há uma diversidade de culturas com diferentes formas de produzir saberes que orientam suas atividades sociais, culturais e produtivas. Ao reconhecer essa diversidade epistemológica no mundo, é necessário que efetivem práticas em que os saberes possam dialogar numa relação de igualdade, sem o silenciamento dos conhecimentos considerados subalternizados. O Saber Ambiental, então, surge a partir dos espaços de exclusão gerados pela hierarquização dos saberes e emerge na construção de uma nova racionalidade ambiental que orienta uma nova articulação das relações sociedade e natureza. Diante destas perspectivas, esta pesquisa se alinha às questões relativas ao reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais da biodiversidade e suas interações nos contextos educacionais formais e não-formais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e até o presente momento as observações e entrevistas têm sido as ferramentas utilizadas. Diante deste contexto, partimos nesta primeira etapa da investigação com o objetivo de traçar os perfis de comunidades, a partir de observações e entrevistas, onde poderia ser desenvolvida a pesquisa, levando em consideração as características dialógicas, textuais, imagéticas e culturais dos saberes existentes sobre a biodiversidade local, valorizando a dimensão do lugar no processo de produção dos saberes. Os saberes descritos nas narrativas encontradas nos primeiros resultados sinalizam que estes podem ser gerados a partir do intercâmbio de experiências no manejo dos recursos naturais, o que reflete no quanto a biodiversidade carrega uma importância cultural na comunidade. Além disso, através dessa relação sociedade e natureza reconhecem-se as identidades da comunidade a partir de representações culturais de apropriação do patrimônio natural desenvolvido em processos simbióticos com a biodiversidade e nas relações sociais cotidianas.
 
 
 
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